sexta-feira, 17 de julho de 2009

Brincar Brincar Brincar

Nessa última semana decidimos dar uma pausa em todos os projetos e brincar muito com as crianças.
Brincar e brincar de mudar a brincadeira até virar arte.
Cantamos, dançamos em roda. Deixamos as crianças brincando sozinhas.
Depois colocamos uma regra: Vocês podem continuar brincando, mas agora tem que ser brincadeiras totalmente inventadas por vocês.
E inventando brincadeiras estavamos inventando relações, maneiras de se mover e principios de danças.
E stávamos inventando sons, estávamos relacionando sons com o movimento orientados a partir de regras inventadas.
Estavamos aprendendo a organizar tudo isso em um sistema.
Estavamos sim entrando em um espaço ficcional. Um espaço inventado e externo à "realidade".
Fazendo arte e nos despedindo do semestre de uma maneira alegre.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um cenário para nosso desenho animado

Decidimos criar um cenário onde todas as nossas danças de stop motion poderiam acontecer.
A pergunta: Se a dança que vocês vão criar tivesse um lugar para acontecer onde seria?
Pegamos algumas espumas muito grandes que ganhamos de doação e olhamos para elas.
O que elas parecem?
Elas já tem formato de alguma coisa?
Prédio!
Foguete!
Carro!
Árvore!
Decidimos que a dança aconteceria entre foguetes.
Coletamos alguns materiais que encontramos- retalhos de tecido, um pouco de tinta para tecido.
Então, mãos à obra!
Ao final tinhamos coisas muito bonitas que se pareciam muito pouco com foguetes!
Observamos juntos e chegamos a esse conclusão.
Talvez isso seja ótimo!
Deixamos o material secando e decidimos não decidir nada. Vamos entrar no próximo semestre com esse material e decidir o que fazer com ele.
A experiência de carregar espumas tão grandes, brincar de pular em cima delas, lidar com um objeto tão imenso para o tamanho deles, é um verdadeiro estudo sobre o esforço. É uma verdadeira investigação sobre a dança e o ritmo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Letras dançadas, cantadas e pintadas

Alguns alunos chegaram empolgados com o processo de aprendizado da escrita na escola e disseram que gostariam de escrever. Havíamos preparado outro material para trabalhar, mas nos pareceu mais intrigante descobrir com eles como essa escrita poderia virar arte.
O que chama atenção nessa atitude das crianças é perceber que para eles é perfeitamente natural imaginar que um aprendizado trazido da escola possa fazer parte de uma aula de arte. Assim como outros interesses frequentemente trazidos por eles. Nos faz perguntar: Quem cria essas caixinhas que aprisionam o fazer e educar da arte? E porque?
Certamente não são as crianças.
Pegamos papel, grafite e giz colorido.
A proposta: Vamos usar as letras, mas vamos desenhar com elas!
Cnversamos sobre as formas engraçadas que uma letra A pode conter... Percebemos que muitas letras Vs podem parecer um grupo de passaros viajando de um lado para o outro do papel. Percebemos que cada letra já tem um formato e que poderíamos transforma-lo como se fossemos um espelho contorcido. Poderíamos usar as cores e combinações de letras. Poderíamos usar o tamanho que achássemos interessante.
Foi uma descoberta!
No início um pouco de timidez. Mas foi apenas forçar o primeiro traço que as descobertas aconteceram sem parar.
Enquanto isso, o educador de música inicia uma composição com o seu violão sobre as letras, coletando palavras das crianças.
Depois dos desenhos expostos, descobrimos que era possível fazer algo semelhante com o corpo. Riscar letras no chão, no ar, com varias partes do corpo, mudando os formatos , as dimensões. Podiamos até escrever nosso nome e fazer uma dança com isso.
E assim, sem querer, investigamos o trabalho de um artista da dança chamado William Forsyth, que trabalha o espaço de maneira bem semelhante.
Quem diria que crianças tão pequenas podiam se aproximar tão naturalmente de danças tão abstratas! Foi mesmo uma surpresa para todos.