sexta-feira, 3 de julho de 2009

Letras dançadas, cantadas e pintadas

Alguns alunos chegaram empolgados com o processo de aprendizado da escrita na escola e disseram que gostariam de escrever. Havíamos preparado outro material para trabalhar, mas nos pareceu mais intrigante descobrir com eles como essa escrita poderia virar arte.
O que chama atenção nessa atitude das crianças é perceber que para eles é perfeitamente natural imaginar que um aprendizado trazido da escola possa fazer parte de uma aula de arte. Assim como outros interesses frequentemente trazidos por eles. Nos faz perguntar: Quem cria essas caixinhas que aprisionam o fazer e educar da arte? E porque?
Certamente não são as crianças.
Pegamos papel, grafite e giz colorido.
A proposta: Vamos usar as letras, mas vamos desenhar com elas!
Cnversamos sobre as formas engraçadas que uma letra A pode conter... Percebemos que muitas letras Vs podem parecer um grupo de passaros viajando de um lado para o outro do papel. Percebemos que cada letra já tem um formato e que poderíamos transforma-lo como se fossemos um espelho contorcido. Poderíamos usar as cores e combinações de letras. Poderíamos usar o tamanho que achássemos interessante.
Foi uma descoberta!
No início um pouco de timidez. Mas foi apenas forçar o primeiro traço que as descobertas aconteceram sem parar.
Enquanto isso, o educador de música inicia uma composição com o seu violão sobre as letras, coletando palavras das crianças.
Depois dos desenhos expostos, descobrimos que era possível fazer algo semelhante com o corpo. Riscar letras no chão, no ar, com varias partes do corpo, mudando os formatos , as dimensões. Podiamos até escrever nosso nome e fazer uma dança com isso.
E assim, sem querer, investigamos o trabalho de um artista da dança chamado William Forsyth, que trabalha o espaço de maneira bem semelhante.
Quem diria que crianças tão pequenas podiam se aproximar tão naturalmente de danças tão abstratas! Foi mesmo uma surpresa para todos.

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