Depois de desenhar o contorno dos corpos em um papel, cada um pode deitar na sua cama corpo e iniciar uma viagem.
Essa viagem de percepção sonora, tátil, imagética, anatômica, foi acontecendo através de músicas e práticas corporais. Camada por camada.
Iniciamos com as coisas que temos dentro no nosso corpo- imaginando essas coisas. Coisas que a gente não vê mas existem. Iniciamos pelo que pudemos sentir. As batidas do coração, o ar que entra, o ar que sai - por onde ele caminhou...
Cantamos e movemos nosso corpo. Pensamos sobre os líquidos que se movem dentro da gente. Depois chegamos na pele, sobre as texturas, sobre o toque. Finalmente nas roupas e adereços que usamos para cobrir nossa pele e nos expressar.
Depois desta viagem, pudemos concretizar plasticamente a experiência.
primeiro as camadas internas.
Utilizamos um material para um efeito de relevo sobre o papel- retalhos de EVA colorido.
Segunda camada. A tinta.
Experimentando e criando cores novas trabalhando a camada pele e a camada roupa.
Após o tempo de secagem pudemos levar esses seres de papel para dançar.
É uma vontade da turma dar continuidade à essas danças.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
Aqui cabe uma dança
Que dança cabe nesse espaço? Que música?
Cantamos a música do rio jereré. Criamos essa dança. O educador pergunta: Quem acredita que encontramos pelo CEU um rio para a gente dançar? Saímos em caminhadas rítmicas e jogos de imitação a procurar o rio. Avistamos um espaço que poderia ser um rio. Discutimos e avaliamos: É... Parece mesmo um riacho. Criamos danças que cabiam nesse rio, danças da pesca só com o braço, danças dos peixes que adoram girar e saltar.
Cantamos a música do rio jereré. Criamos essa dança. O educador pergunta: Quem acredita que encontramos pelo CEU um rio para a gente dançar? Saímos em caminhadas rítmicas e jogos de imitação a procurar o rio. Avistamos um espaço que poderia ser um rio. Discutimos e avaliamos: É... Parece mesmo um riacho. Criamos danças que cabiam nesse rio, danças da pesca só com o braço, danças dos peixes que adoram girar e saltar.
Uma criança encontra outro espaço- embaixo de uma grande mesa. Discutimos, avaliamos em grupo: É! Esse é um espaço perfeito para uma dança do siri que se esconde embaixo da pedra. Todos dançaram essa dança, pequena, possível nesse espaço.
A partir daí: Quem encontrar um espaço interessante para uma dança pode apontar!
A partir daí: Quem encontrar um espaço interessante para uma dança pode apontar!
Uma a uma, as crianças foram escolhendo algum local de característica peculiar. Pergunta: Que dança cabe nesse espaço? E que música? A cada espaço tentávamos coletivamente encontrar a resposta.
Os resultados foram inusitados e encontramos verdadeiros tesouros de danças escondidas em cada lugar:
Os resultados foram inusitados e encontramos verdadeiros tesouros de danças escondidas em cada lugar:
- Em uma escadinha móvel dava só para fazer uma dança com a cabeça enquanto o educador movimentava o grande bloco. Foi muito divertido.
- Embaixo da escada, na forma inclinada, uma dança do pequeno até o grande.
- Dança de andar sem ver no enorme corredor escolhido por Gustavo.
- Embaixo da mesa só valia as mãos para fora brincando- Olha professora, não tenho corpo.
Os educadores sugerem: essas seriam ótimas danças para vídeos de dança. Vocês querem experimentar isso? Simmm!
As espumas gigantes
Como seria ter além do nosso corpo espumas gigantes para criar músicas e danças?Essa foi uma experiência importante sobre peso e diferentes tipos de esforço (Laban) meu corpo é capaz de realizar e posso escolher ao criar uma dança.
A idéia era simples: Em um grande espaço realizar deslocamentos de maneira livre transportando espumas enormes doadas pela Bienal o ano passado para o CEU Sapopemba, por intermédio da educadora Aira Bonfim. Os blocos tem aproximadamente 2,5 metros de altura.
Antes de iniciar a tarefa realizamos uma caminhada rítmica pelo espaço do CEU, encontrando lugares para dançar e aquecer o corpo. Encontramos jogos desenhados no chão - caracol, amarelinha, uma quadra para queimada. Exploramos esses desenhos.
De volta, iniciamos o trabalho com as espumas.
Um primeiro momento foi o da experiência com o material e a diversão de experimentar possibilidades tão diferentes do cotidiano com o corpo. Muitas risadas e tentativas de lançamento da espuma e do corpo nela, criando uma espécie de mola.
Em um segundo momento trabalhamos sobre a pausa e demos algumas orientações rítmicas também.Juntos criamos uma estrutura de jogo, a partir do que experimentamos. Ensaiamos e apresentamos para outras turmas do programa.
A foto é do desenho de registro das crianças sobre a aula.
Anoitece na fazenda
“Anoitece na fazenda. É hora de ir dormir. Vou sonhar um lindo sonho. Vou roncar e vou dormir.” Essa música, composta pelo arte educador Luciano Szot, é um verdadeiro convite à imaginação e à criação em nossas aulas. A aula, conduzida por uma canção de início ao fim acontece entre dormir e acordar na fazenda, intercalando momentos de relaxamento e concentração com momentos onde podemos dar vida à lugares, seres e animais com nosso corpo e nossa dança.
Podemos acordar e ser todos bonecos que se movem de maneira fragmentada, dormir e acordar de novo movendo o corpo da educadora boneca que desaprendeu a se mover. Acordar entre os animais dessa fazenda, que se movem rápida e lentamente. Entre os desenhos de nuvem que criamos com nosso corpo, em uma dança que nunca para. Acordamos em um riacho ou no fundo do mar. Todos os alunos das turmas de dança e música já sabem o que fazer quando escutam o primeiro acorde de “Anoitece na fazenda”.
Podemos acordar e ser todos bonecos que se movem de maneira fragmentada, dormir e acordar de novo movendo o corpo da educadora boneca que desaprendeu a se mover. Acordar entre os animais dessa fazenda, que se movem rápida e lentamente. Entre os desenhos de nuvem que criamos com nosso corpo, em uma dança que nunca para. Acordamos em um riacho ou no fundo do mar. Todos os alunos das turmas de dança e música já sabem o que fazer quando escutam o primeiro acorde de “Anoitece na fazenda”.
---------- Linhas ----------
Como trabalhar o abstrato com crianças pequenas? Essa questão apareceu como um desafio. As crianças que embarcam tão facilmente em universos da fantasia e do simbólico, poderiam também sentir-se motivadas e criadoras a partir de estímulos abstratos? A idéia de imitação parecia uma boa iniciativa para tentar responder essas perguntas. Com a música haviam muitas relações a serem feitas, o trabalho rítmico, as relações entre linhas e cordas, vibração, som.
Essa temática permeou diversas aulas de diversas formas e foi experimentada com turmas diferentes. As tentativas:
- Construímos uma instalação com cadeiras de várias alturas e barbantes amarrados, formando linhas de dimensões e posições variadas (pequena/ grande/ inclinada/ vertical/ horizontal etc...). Era uma instalação que permitia uma série de jogos rítmicos dentro e fora de seu espaço.
As experiências com a estrutura foram muitas:
- Imitamos no papel exatamente as linhas que víamos a partir de nossa posição em relação à instalação;
- Mudamos o ponto de vista em jogos de trocar a posição do corpo a partir dos sinais;
- Desenhamos as linhas de varias maneiras (linhas grossas/ finas/ linha de coração/ linha de bolinha etc...);
- Imitamos as linhas com partes do nosso corpo;
- Dançamos entre as linhas;
- Dançamos fora da instalação como se a instalação ainda estivésse lá.
- Fitas de cetim – Que desenhos essa linha pode fazer no espaço? Em quantas variações rítmicas?
- Lançamento de linhas – Uma criança joga uma linha no chão e observa suas formas. Pergunta: Podíamos brincar de imitar com o corpo? E essa experiência é vivida muitas vezes e de muitas maneiras por muitas turmas, que criaram danças abstratas muito bonitas.
-Tocar as cordas de um instrumento inventado - Nos dispusémos em círculo, sentados. Barbantes grandes cruzavam o centro do círculo nas mãos de crianças com posição oposta. A tarefa delas: deixar o barbante bem esticadinho. Um tocador por vez ia até o centro e tocava uma música fazendo vibrar as cordas. Colocava o ouvido bem pertinho dos barbantes e depois do concerto dividia com o grupo o que conseguiu ouvir.
- Desenhos com linhas soltas no chão – Desenhamos com linhas coloridas soltas no grande corredor do BEC. O vento desenhava também e modificava o que criávamos. Os corpos também puderam compor esse desenho junto com as linhas através de vários jogos rítmicos. Finalmente chega o momento de finalizar a criação. Ninguém mais poderia modificar o desenho, nem nós, nem o vento, então nos afastamos e fechamos a porta.
Um vestido gigante
No depósito: Um enorme vestido branco. Pergunto para as crianças: Vamos criar a dança do gigante sem cabeça? Simmmmmm! Para isso trabalhamos boa parte do tempo sem o vestido. Realizamos muitos exercícios rítmicos com caminhadas de várias maneiras (com calcanhar, ponta dos pés, passadas muito longas, passadas muito curtas etc...) sempre seguindo o pulso determinado pelo violão. Caminhamos sozinhos, em duplas, em trios, em grupos de quatro, cinco, em dois grandes grupos e finalmente formando um único grupo.
Realizamos essa prática por um longo tempo. Agora já podíamos caminhar juntos. Criamos ainda danças em grupo que partiam dos pés. Refinamos os jogos rítmicos e inserimos a noção de pausa em grupo. Agora estávamos prontos para fazer o vestido dançar. As crianças entraram embaixo e criamos a figura do gigante sem cabeça. Esse gigante dançou e gerou muita risada das outras turmas que assistiram a dança, cheia de ritmos e pausas interessantes.
Realizamos essa prática por um longo tempo. Agora já podíamos caminhar juntos. Criamos ainda danças em grupo que partiam dos pés. Refinamos os jogos rítmicos e inserimos a noção de pausa em grupo. Agora estávamos prontos para fazer o vestido dançar. As crianças entraram embaixo e criamos a figura do gigante sem cabeça. Esse gigante dançou e gerou muita risada das outras turmas que assistiram a dança, cheia de ritmos e pausas interessantes.
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