sexta-feira, 1 de maio de 2009

Formigas e pesadelos

Criando formigas para morar no gramado do CEU





Passeamos em marcha rítmica até encontrar um espaço verde. Sentamos em círculo e encontramos o primeiro desafio- a grama e as formigas! Rimos, gritamos, levantamos e sentamos várias vezes, será que vamos conseguir trabalhar neste espaço? Propus uma coisa: vamos colocar as duas mãos no chão! As criança diziam: Professora, pinica, professora faz cócegas, professora... Propus novamente: Prestem atenção, incomoda no início, mas depois acostuma. Já acostumou, não é? Todos concordaram.
Passando esse primeiro momento de estranheza refletimos juntos – Como é difícil para nós o contato com a natureza! Porque será? Todos acharam a experiência muito empolgante apesar das dificuldades. Observamos as formigas e decidimos criar várias formigas gigantes de argila. Combinamos que seriam formigas malucas e que nenhuma seria igual a outra.

Iniciamos a criação e o contato com a argila já foi um imenso aprendizado. As formas iam surgindo e a variedade de formigas que conseguimos foi imensa!
Tamanha foi a surpresa de todos quando os educadores dizem: Vamos colocar as formigas enfileiradas na grama, caminhando em busca de comida? Elas vão morar aqui agora! Como? Sim, porque a argila é feita de barro e não vai prejudicar a terra. Tamanha euforia! Dançamos enfileirados com danças pequenas de formigas que eram únicas. Embalados por músicas de diferentes ritmos. Uma festa! A grama tão incômoda do início ao final terminou sendo um lugar aconchegante de alegrias e descobertas!


Desenhando, cantando e dançando pesadelos.


Sentamos e conversamos um pouco sobre nossos sonhos, aquelas coisas que vemos dentro da gente enquanto dormimos. Fizemos uma grande rodada contando os melhores sonhos e pesadelos que tivemos nas nossas vidas. Os mais marcantes para quase todos eram os pesadelos, aterrorizantes e incrivelmente divertidos.
Descrevemos com detalhes: Que cor? Que som? Que cheiro tem esse pesadelo? Tratamos de desenhar esses pesadelos em papéis muito pequenos. Depois em duplas o desafio era criar uma pequena composição que desse vida a esses desenhos. Terminamos em uma grande mostra. Fechamos a nossa cortina/olhos com as mãos e abrimos após cada sinal, nos deparando com as surpresas/sonhos/danças de cada dupla.
Em outra turma preferimos usar papéis bem grandes, escolher um único desenho para montarmos essa dança em um grande grupo. O jogo de pega pega corrente do intervalo foi uma ótima dica para dançarmos o desenho da bruxa que perseguia crianças assustadas de mãos dadas. O grande vestido de veludo, depois de muitos testes, ficou perfeito nas costas da pequena Marina que virou uma bruxa corcunda, pesada e muito malvada. Será que eles sonharão com as danças dos sonhos, dos sonhos, dos sonhos nas próximas noites?

Um comentário:

  1. Quem não conhece estranha, é sinal de que precisamos mesmo de pensar com uma cabeça maluca para descontruir o que está posto e daí surgir outras propostas e sensações e possibilidades de criação. É delicioso ver os trabalhos desses artístas educadores explorando os mais diversos materiais, recursos, linguagens e espaços do CEU. Ju e Lu (dança e música), Ju e Ai (dança e artes visuais)... O registro exposto nos dá a dimensão de seus trabalhos! Márcia Coord. NAC - Núcleo de Ação Cultural CEU SAPOPEMBA.

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