sexta-feira, 19 de junho de 2009

Construindo nossos sapatos e Partiruras II






Construindo nossos sapatos

Gostaria de contar uma historia. Mas essa história não é sempre feliz. Vocês aguentam?
Assim começou nosso trabalho para a construção dos sapatos. Essa turma está inspirada no trabalho sobre o genero musical, inspirada no filme Cantando na Chuva, e por isso percebeu que tinha de criar sapatos interessantes para dançar com eles e fazer barulho (influenciados pelo sapateado).
Existe uma história antiga, da época em que as histórias não precisavam ter final feliz, nem serem coloridas, nem proteger as crianças de assuntos importantes que fazem parte da vida. As histórias tinham bonitos ensinamentos muito longe de serem moralistas.
Decidimos contá-la para introduzir o trabalho sobre os sapatos.
Essa história chama-se A menina dos sapatos vermelhos.
Em síntese essa história fala da vida de uma menina pobre que construiu com trapos e retalhos seu unico sapato para protege-la do frio, um maravilhoso sapato vermelho. Ela era muito feliz com esse sapato. Nessa história, há um encontro com uma senhora rica que a acolhe e joga suas roupas e sapatos fora, comprando novos caríssimos e brilhantes sapatos vermelhos. Ela também era muito feliz com esses sapatos, até o dia em que os sapatos criam vida própria e dançam sozinhos, sem ela poder controlá-los. Nesse momento ela precisa tomar uma decisão definitiva- Continuar a viver cortando os sapatos fora ou morrer presa nas danças desse sapato. A sábia garota decidi corta-los de seu pé, e refaz a vida como artesã na vila onde morava.
A patir dessa história difícil pensamos sobre o momento mais feliz da vida dessa menina. Pensamos juntos que esse momento aconteceu quando ela finalmente conseguiu criar os próprios sapatos com o que tinha, para escapar do frio.
Depois dessa descoberta sugerimos: Agora, vamos criar os nossos próprios sapatos.
Com papelão, fita adesiva e linhas coloridas construímos sapatos bem malucos, imensos com variadas formas.
Professora: Não sei construir sapatos!
- Nem eu! Vamos descobrir juntos
O trabalho foi de descoberta coletiva. Apesar de cada um construir os sapatos foi preciso uma logistica de cooperação para realizar as amarrações, perfurar, segurar , posicionar o papelão para a fita poder fixar.
Foi um dia importante para todos, muito bonito e, apesar da história difícil, de muita alegria por estar criando algo tão fantástico.

Partiruras II

Iniciamos o tabalho de maneira bem didática. Com linhas em roda, o educador deslizava o dedo em todos os diferentes comprimentos de linha e fazíamos um som que durava esse tempo. Descobrimos vários tamanhos de som.
depois da longa experiência partimos para os símbolos de forte e fraco criados anteriormente de maneira rebuscada. Agora teríamos apenas papel e grafite para desenhar, a partir das criações sobre o forte e fraco, um único símbolo forte e um único símbolo fraco, buscando a síntese.
Depois do intervalo, papelão para apoiar, linhas para definir os tamanhos do som, cores para dumir com o papelão e por último tinta preta para os símbolos de cada linha.
Agora sim temos uma partitura gráfica e muito bonita.


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Partituras e materiais

Partituras

Poderíamos criar partituras para nortear nossa música sem nem mesmo conhecer as notas? Essas partituras poderíam ser sozinhas uma criação para se ver? Essas partituras poderiam nortear também novas danças?
Qual a importância de encontrar maneiras de registrar as criações de música e dança em um papel? Esse esforço me ajudaria a repetir uma dança? Poderia fazer com que ela pudesse ser dançada ou tocada por outras pessoas que não o criador?
Essas perguntas foram levantadas pelos arte educadores e começaram a ser respondidas pelas crianças nessa aula.
A primeira coisa que fizemos foi experimentar no corpo e refletir sobre o forte e o fraco. Criamos dois desenhos: um desenho que representasse o símbolo fraco e outro que representasse o símbolo forte. Oferecemos vários materiais para isso. Papel, retalhos de várias coisas- (tecido, EVA, papel colorido), linhas, e giz de lousa.
O resultado foi muito significativo.
Depois aproveitamos antigos trabalhos em cartolina e ultilizamos o verso. Sugerimos que a linha parecia o tempo e que cada um podia usar os símbolos de forte e fraco que criou para dizer como era esse tempo (qual qualidade?).
A criação foi bem solta. O resultado plástico foi muito bonito, mas elas pouco funcionaram para registrar uma criação de música ou dança, porque era de muito difícil leitura. Decidimos retomar o assunto na próxima aula e utilizar procedimentos um pouco mais didáticos nessa criação.

Materiais

A criação das nuvens precisava de continuidade. Tinhamos criado esculturas muito bonitas de algodão com formatos de nuvens, mas estas estavam guardadas em sacos plásticos, esperando danças que possam acompanha-las para fazer parte do video-dança que iniciamos.
Não conseguimos levar fios de nylon (o que era a primeira idéia sobre como fazer as esculturas flutuarem no espaço) levamos uma linha que não conhecíamos, branca, grossa, feita de um trançado de linhas fininhas.
Percebemos que podíamos desmanchar esse trançado e ficar com as fininhas brancas. Então, começamos todos a desfaze-lo. O contato com o material foi tão importante e revelador que a aula foi simplesmente isso. As crianças descobriram as formas mais interessantes que podiam fazer a partir desse movimento de desfiar a linha. Às vezes ela ficava com partes mais grossas e outras fininhas, toda alongada ou estirada... Tudo acontecia entre o trançado e as linhas separadas.
Íamos colocando as linhas separadas no centro e foi surpreendente ver que começava a se formar um emaranhado leve, flutuante, feito uma perfeita nuvem. Melhor impossível!
Utilizamos algumas esculturas de algodão e montamos uma grande escultura com tudo isso. Realizamos algumas filmagens.
Para completar, no processo de filmagem percebemos- Não é que dá para fazer danças que acontecem na sombra? Experimentamos também essas danças. Foi um dia de pequenas surpresas para todos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Inspirações e Guarda-chuvas pequenos

Guarda-Chuvas pequenos

Dançamos na aula anterior com os guarda-chuvas de verdade trazidos por eles. Agora estavamos prontos para criar guarda-chuvas que não existem. O desafio que encontramos: criar guarda-chuvas mmmuuuuuito pequenos e criar danças com a mão a partir deles.
A idéia do tamanho do guarda-chuva veio do material. A partir da nossa campanha com os alunos e pais de trazer materiais interessantes que iriam para o lixo ou estavam jogados pela rua, uma criança trouxe um monte de plásticos que pareciam o fundo de garrafas bem pequenas.
Ao olhar o material trazido alguém percebe que o formato desses plásticos era bem interessante e pareciam guarda-chuvas perfeitos!
utilizamos retalhos de EVA coloridos bem pequenos para criar estampas em cima de retalhos transparentes. Um buraco no meio e pronto - Tinhamos vários guarda-chuvas pequenos para dançar. Agora, era só experimentar essas danças tão pequenas quanto os guarda-chuvas que criamos.
Inspirações
Era hora de coletar boas idéias para continuar nossa criação de desenhos animados. Para isso, assistimos trechos de desenhos animados que já esistem.
Com um papel e caneta, um arte-educador era o guardião das idéias. Se alguma criança tivesse uma idéia para alimentar nossa criação ela sinalizava. Parávamos tudo, compartilhávamos com o grupo e tomávamos nota.
Percebemos uma maneira nova de alimentar nossas criações e como as inspirações em grupo podem ser contagiosas. Precisaríamos de um ano inteiro de trabalho para experimentar todas as possibilidades levantadas. Estamos com o ânimo e as idéias renovadas. Mãos à obra!